Ao contrário do que especialistas apontavam1, a escassez de chips, que começou lá em 2020 devido ao aumento na demanda de eletrônicos — causado pela pandemia — não vai acabar este ano2. A alta gerou atrasos globais na entrega de equipamentos de diversos setores da indústria e uma das empresas mais prejudicadas por essa escassez de chip é a HP.
Apesar de imediatamente nos lembrarmos de marcas como Intel e Snapdragon (ou nas marcas de smartphone, tablets e periféricos), a HP utiliza microchips na fabricação de impressoras.
Além disso, existe a subdivisão HPE, para atender a empresas. Desde que o problema começou, o CEO da HPE Antonio Neri tenta converter clientes da divisão empresarial em assinantes de serviços3, numa tentativa de neutralizar a perda de receita. Vale lembrar que a venda de hardwares é responsável por uma parcela significativa do caixa da HP.
Devido à escassez de chip, HP viu o preço de suas ações cair
“Os pedidos aumentaram dois dígitos no terceiro trimestre fiscal em relação ao ano anterior e 11% no acumulado do ano em relação ao mesmo período do ano anterior”, diz comunicado de 2021 da HPE segundo a Bloomberg3.
Enrique Lopes, CEO da HP, confirmou que a empresa tem um trimestre inteiro de pedidos atrasados, o que faz o preço de suas ações despencar. De acordo com o site Investing.com4, seus BDRs na Bovespa chegaram a recuar 2,5%.
Outros números, dessa vez do setor de notebooks, mostra que com essa crise causada pela escassez de chip a HP perdeu 11,3% de suas vendas5. Isso está totalmente alinhado com o impacto à HPE — já que grande parte dos equipamentos comercializados são notebooks empresariais.
Mesmo com escassez de chips, HP ficou em 2º lugar nas vendas de PCs em 2021
A alta demanda fez com que as vendas de PCs crescessem 14,6% em 2021, no que ficou registrado como melhor resultado desde 2012 segundo levantamento da Canalys6. As 5 marcas que mais venderam foram:
- Lenovo (24,1% de participação de mercado)
- HP (21,7%)
- Dell (17,4%)
- Apple (8,5%)
- Acer (7,1%)
O total de unidades comercializadas foi de 341.053, contra 237.614 em 2020.
Expectativa de melhora com nova técnica de fabricação
Como dissemos neste artigo, “apenas uma empresa, a TSMC, fabrica 84% dos semicondutores do mundo”. O cenário é este devido à complexidade da confecção dos semicondutores.
Porém, pesquisadores de Cingapura parecem ter encontrado uma nova técnica para fabricação, baseada em impressão por nanotransferência. Trata-se de “um processo que usa um molde para imprimir metal em um determinado substrato, no caso a pastilha de silício, por meio de pressão”, segundo matéria do Olhar Digital7.
Acontece que o método ainda está em fase de testes, que não tendem a ser muito rápidos. No entanto, podemos vê-lo como um caminho para contornar essa escassez de chips, cuja crise não tem previsão de se abrandar.
Resta esperar e continuar de olho nas novidades do setor. Para saber mais sobre outros assuntos relacionados à tecnologia, dê uma olhada no nosso blog, ou se preferir, preencha o formulário abaixo!